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Rebecca La Norcia

Nossa Mulher Positiva é Rebecca La Norcia, Gerente de Missão da ARCA Dynamics, uma empresa espacial italiana especializada em monitoramento e vigilância em órbita. Crescendo dentro da startup desde os tempos de universidade, Rebecca nos conta sobre sua trajetória, marcada por grandes responsabilidades e pela ambição de alcançar voos cada vez mais altos. Até o espaço!



1 - Como começou a sua carreira?

Pode-se dizer que minha carreira começou no último ano da universidade, quando estudava engenharia espacial e astronáutica, e tive a oportunidade de conhecer os fundadores da ARCA Dynamics, empresa para a qual trabalho atualmente. A ARCA atua no setor aeroespacial, oferecendo serviços de vigilância e monitoramento espacial.


Após a graduação, iniciei uma bolsa de pesquisa pós-universitária. Naquele período, eu estava tentando entender qual caminho seguir para o meu futuro: continuar na academia através de um doutorado ou entrar diretamente no mercado de trabalho.


Foi justamente nessa fase de reflexão que surgiu a oportunidade de trabalhar na ARCA Dynamics, que na época era uma startup emergente começando a se destacar na indústria aeroespacial. Decidi aceitar esse desafio, mesmo com os riscos envolvidos, pois fui atraída pelas ideias e ambições da empresa, além da possibilidade de crescer tanto profissional quanto pessoalmente. Desde o início, tive a sorte de contar com a confiança dos fundadores, que não hesitaram em me atribuir responsabilidades cada vez maiores.


O ambiente dinâmico e em constante evolução — característico tanto das startups quanto do setor aeroespacial como um todo — me permitiu enfrentar novos desafios e ir além das atividades puramente técnicas. Também adquiri habilidades de gestão que não se aprendem no meio acadêmico. Graças a essa experiência ampla, pude assumir responsabilidades cada vez maiores, passando pelos cargos de Engenheira de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e Engenheira de Sistemas até meu atual papel de Gerente de Missão. Hoje, sou responsável pela gestão das missões de nanosatélites da empresa e pelo acompanhamento de projetos estratégicos.

Esse percurso me permitiu unir minha paixão pelo setor espacial a um crescimento profissional e pessoal contínuo.


2 - Qual foi o momento mais difícil da sua carreira?

Um dos momentos mais difíceis da minha carreira aconteceu depois de algum tempo na empresa, quando comecei a me sentir sobrecarregada pelo trabalho. Provavelmente, devido à minha inexperiência, acabei perdendo o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e minha paixão pelo trabalho começou a dar lugar a um sentimento de inadequação. Eu constantemente sentia que não estava à altura do meu papel, o que me fazia questionar minha trajetória. Era como se eu tivesse perdido a diversão e a satisfação que inicialmente me motivaram a seguir esse caminho.


Esse período me ensinou uma lição valiosa: o sucesso não depende apenas das competências técnicas ou dos resultados alcançados, mas também da capacidade de cuidar de si mesma, de redescobrir o prazer no que se faz e de aceitar que ninguém é perfeito. Foi uma fase de crescimento pessoal e profissional que me ajudou a desenvolver uma abordagem mais equilibrada e consciente em relação ao trabalho.


3 - Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora?

Nos últimos anos, trabalhei muito em mim mesma para encontrar um equilíbrio mais saudável entre vida pessoal e profissional. No início da minha trajetória na ARCA, em um ambiente desafiador como o das startups, foi fácil cair na armadilha de querer provar constantemente meu valor. Sentia que precisava agarrar todas as oportunidades, cumprir prazos independentemente da complexidade e dar sempre o máximo, mesmo para resolver problemas fora do meu controle. Acabei trabalhando sem parar e deixando minha vida pessoal em segundo plano.


Com o tempo, percebi que esse ritmo não era sustentável a longo prazo. Aprendi a diferenciar o que é realmente urgente do que pode esperar, a reservar momentos para me desconectar completamente do trabalho — tanto fisicamente quanto mentalmente — e a proteger meu espaço pessoal. Isso não significa que o trabalho seja menos importante, mas entendi que, para realmente dar o meu melhor, é essencial cuidar de mim mesma e manter um equilíbrio entre essas duas áreas.


Hoje, procuro limitar a influência do trabalho nos meus momentos de descanso, focando no presente e dedicando tempo às pessoas e atividades que me fazem feliz. Não é sempre fácil, mas compreendi que esse equilíbrio é dinâmico e exige consciência e adaptação constantes.


4 - Qual seu maior sonho?

Não sei se posso chamá-lo de meu maior sonho, mas com certeza é uma das minhas maiores ambições. Até agora, tive a sorte de trabalhar em projetos e missões que buscam tornar o uso do espaço mais sustentável, com um foco especial nas órbitas terrestres. No entanto, meu desejo é ir além.


Gostaria muito de contribuir para um projeto ou missão que explore novos horizontes, como missões interplanetárias, talvez com destino à Lua ou a Marte. Não apenas por ser uma realização pessoal, mas porque acredito que esse tipo de avanço nos permite ir além dos nossos limites atuais e expandir cada vez mais o nosso conhecimento e presença no universo.


5 - Qual sua maior conquista?

Embora minha carreira ainda não tenha décadas de experiência, já vivi momentos de grande satisfação profissional que considero marcos importantes. Um desses momentos foi assistir ao lançamento de um dos CubeSats desenvolvidos e construídos na empresa, um projeto que acompanhei desde a sua concepção até sua entrada em órbita.


Ver o trabalho, o esforço e a dedicação de toda a equipe se materializarem em algo tão concreto e significativo foi extraordinário. Ao mesmo tempo, esse grande resultado serviu como um forte impulso para continuar crescendo e enfrentando novos desafios.


6 - Livro, filme e mulher que admira?

A escolha de um único livro é, sem dúvida, uma das perguntas mais difíceis para mim, mas diria O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams.


Quanto ao filme, mencionaria Adoráveis Mulheres (versão de 1994), embora essa resposta também pudesse se encaixar na categoria anterior, já que é baseado no romance de Louisa May Alcott. Minha admiração vem da lembrança de ter assistido a esse filme na infância e do impacto que a personagem Jo sempre teve sobre mim, com sua determinação e tenacidade.


É difícil nomear apenas uma mulher, pois há inúmeros motivos para admirar alguém. Por isso, cito três: Patti Smith, Rita Levi-Montalcini e Jane Austen. As admiro, entre muitas razões, tanto pelo impacto cultural que deixaram ao longo do tempo quanto por serem símbolos e modelos de emancipação feminina.

 
 

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